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A relação da alimentação e dos aspectos nutricionais com a manutenção da resposta imunológica adequada é um dos fatores que têm gerado inúmeros questionamentos e conjecturas e, por isso, é importante que reflitamos sobre alguns aspectos.

Primeiramente, precisamos deixar claro que, até o momento, não existe comprovação científica sobre nenhum alimento, chá ou suplemento “milagroso” que evite a contaminação pelo novo Coronavírus (vírus que causa a COVID-19). Desta forma, qualquer notícia que divulgue tal informação é fake news e deve ser desconsiderada pelo leitor.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a prevenção da contaminação se dá pela restrição de contato físico, uso de máscaras de proteção, lavagem adequada das mãos com água e sabão e desinfecção das mesmas com álcool em gel ou líquido a 70%. 

Poucos estudos discorrem sobre os aspectos nutricionais e seu papel sobre a imunidade diante da COVID-19. Entretanto, considerando que após a infecção pelo vírus temos uma resposta adaptativa semelhante à que ocorre em outras infecções virais é possível fazermos algumas considerações sobre a relevância de alguns hábitos de vida na manutenção da imunidade e consequentemente na evolução ou resolução da infecção.

A hidratação adequada é um dos fatores que afetam a imunidade, pois além de evitar a desidratação ela possibilita melhor ação da imunoglobulina A (IgA) presente na saliva. A recomendação de consumo é de 35-40ml de água/kg de peso. 

O manejo do estresse, ao qual estamos expostos, cumpre importante papel na manutenção e recuperação das defesas naturais do nosso organismo. Desta forma, hábitos saudáveis como a prática diária de atividade física, uma boa higiene do sono, a redução da exposição a informações que gerem insegurança, medo ou mesmo situações de tensão auxiliam na minimização dos efeitos deletérios do estresse.

A alimentação saudável com boa variabilidade e aporte de nutrientes é fundamental nesse contexto, pois é através dos nutrientes disponibilizados para o corpo que ele será capaz de incentivar a produção e a maturação das células de defesas do sistema imunitário.

A OMS recomenda o consumo diário de 5 porções de frutas e vegetais, preferencialmente in natura, visto que esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e compostos antioxidantes e, considerando a presença de vitaminas que auxiliam na manutenção da resposta imunológica, seguem alguns alimentos ou grupos de alimentos cujo o consumo deve ser estimulado:

  • Vegetais de cor amarela ou alaranjada (manga, mamão e cenoura) que são ricos em precursores de vitamina A.
  • Frutas cítricas (laranja, tangerina, limão, abacaxi e a acerola) que possuem uma boa quantidade de vitamina C.
  • Brócolis, couve, cereais integrais, ervilhas, algumas oleaginosas (amendoim, castanhas e nozes), e abacate que são ricos em vitaminas do complexo B. Lembrando que a vitamina B12 só é encontrada em alimentos de origem animal.
  • Cereais integrais, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico), além das carnes, fígado e peixes são alimentos que contém zinco, mineral importante para o bom funcionamento dos mecanismos imunológicos, entre eles alguns relacionados às gripes e resfriados.

Vale salientar que a melhor forma de adquirirmos os nutrientes necessários para uma boa saúde física é através da alimentação saudável com uma boa variabilidade na dieta e não através de suplementos.

A suplementação alimentar ou nutricional é uma estratégia utilizada em situações específicas que englobam aspectos como carências nutricionais, necessidades nutricionais aumentadas ou consumo insuficiente e sua aplicação requer avaliação de um profissional capacitado, pois a automedicação pode incidir em risco à saúde e favorecer a deficiência de nutrientes por competição entre eles.


texto por:
Maria Iranilde Rocha de Andrade – Nutricionista (CRN: 10035) é graduada pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com Especialização em Saúde da Família pela Faculdade da Grande Fortaleza (FGF), Especialização em Nutrição Clínica pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), Residência Multiprofissional em Assistência Hospitalar (HUWC – UFC), Especialização em Nutrição Oncológica pela Faculdade Aldeia de carapicuíba (FALC – em andamento) e Mestrado em Nutrição e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará (UECE)


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