Se você ou alguém de sua família recebeu o diagnóstico de câncer ou simplesmente tem interesse em conhecer mais sobre a doença, a equipe do Oncocentro Ceará criou este pequeno índice de perguntas e respostas para levar um pouco mais de informação à população.

Conheça agora as dúvidas mais frequentes sobre o câncer e, caso tenha mais alguma outra dúvida ou curiosidade, use o formulário ao final da página para fazer sua pergunta que a gente promete responder com carinho.

1O que é o câncer?
O câncer é o nome dado para um grupo de mais de 200 doenças que possuem como característica o crescimento anormal e desordenado das células, o que confere sua capacidade de invadir estruturas adjacentes e à distância (metástases). Apesar de reunir semelhanças, cada tipo de câncer é uma doença distinta, possuindo prognóstico e tratamento diferentes um dos outros. Dessa forma, os pacientes com câncer devam receber tratamento adequado para o seu tipo específico da doençca.
2O câncer é uma doença comum?
Sim. Com o aumento da expectativa de vida da população e redução da mortalidade por doenças infecto-contagiosas, há aumento de doenças como o câncer. Hoje, milhares de pessoas convivem com a doença ou já a trataram e de acordo com as estatísticas de câncer no Brasil pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se 596 mil novos casos de câncer no país somente em 2016.
3O câncer tem cura?
As possibilidades de cura do câncer dependem do tipo e do estágio da doença no momento do diagnóstico. Quanto mais precoce for o diagnóstico do câncer, maiores serão as chances de cura. É importante lembrar que mesmo quando não há perspectiva de cura, os pacientes podem se beneficiar do tratamento, vivendo com qualidade de vida e com a doença controlada, como ocorre com outras doenças crônicas.
4Recebi o diagnóstico de câncer. O que devo fazer?
Compreendemos que após o diagnóstico do câncer, o paciente se depara com situações novas que precisam ser enfrentadas. Procurar um médico oncologista para te orientar e esclarecer suas dúvidas sobre a doença, evitando levar dúvidas para casa é sempre o primeiro passo. Estabelecer uma boa comunicação com a equipe que vai tratá-lo e cuidar das emoções também é essencial. Além disso, procure conversar com alguém de sua confiança, podendo ser um familiar ou amigo sobre o diagnóstico. Não se isole ou reprima seus sentimentos …pois ter apoio e companhia é fundamental nesse momento.
5O que devo levar na minha primeira consulta com o oncologista?
Na primeira consulta com o oncologista, o paciente deverá levar todos os exames que realizou durante a investigação diagnóstica do câncer, incluindo resultado de biópsia e exames de imagem, bem como informações sobre seu histórico de saúde e tratamentos anteriores.
6Quais são as modalidade de tratamento do câncer?
As principais modalidades de tratamento do câncer são: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. Após o diagnóstico, o médico oncologista discutirá com o paciente sobre todas as opções terapêuticas que, dependendo do tipo de câncer, do estágio em que a doença se encontra e do estado de saúde do paciente, podem ser utilizadas. Lembramos que, cada vez mais, o tratamento do câncer se dá de forma multimodal, isto é, o paciente recebe mais de uma modalidade terapêutica ao longo de todo o seu tratamento.
7O que é quimioterapia e quais são seus principais efeitos colaterais ?
A quimioterapia consiste na administração de medicamentos antineoplásicos que atuam principalmente nas células tumorais, destruindo-as ou inibindo seu crescimento. Podem ser administrados por via endovenosa ou oral e podem ser utilizados como único agente quimioterápico (monoterapia), como uma combinação (poliquimioterapia) ou mesmo serem associados com outras modalidades de tratamento como a radioterapia e a cirurgia. A quimioterapia possui uma forma de uso diferente para cada paciente, tipo de câncer ou estadiamento e, geralmente é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso. Além das células do câncer, a quimioterapia age em outras células do corpo que estão em rápida divisão, como as células da medula óssea, unhas, mucosas e cabelos, causando alguns dos seus efeitos colaterais. Os efeitos colaterais do câncer variam de acordo com a medicação, a forma de administração, o uso no qual a quimioterapia é ofertada e de pessoal para pessoa. Portanto, não existe uma regra sobre os efeitos colaterais apresentados mas, de forma geral, os efeitos adversos mais comuns são: sensação de cansaço (fadiga), náuseas e vômitos, diminuição das células do sangue, queda de cabelos, alteração na coloração e no aspecto das unhas, aftas na boca, diarreia, constipação intestinal e alteração do paladar e, por causa disso, são utilizadas rotinas preventivas para amenizar esses possíveis efeitos.
8Quais são os cuidados que devo ter durante o tratamento com quimioterapia?
Existem alguns cuidados bastante simples, mas que devem ser observados durante o tratamento e que podem ser extendidos para uma vida mais saudável de um paciente com câncer. A saber: (1) Não fume, beba bastante líquido não alcoólico e não permaneça muito tempo em jejum, fazendo refeições em pequena quantidade e várias vezes ao longo do dia, dando preferência a uma alimentação saudável e equilibrada; (2) Mantenha sua higiene bucal, mas lembre que procedimentos dentários ou estéticos invasivos apenas com autorização do seu médico; (3) Repouse sempre que sentir necessidade, mas lembre que são sim permitidas atividade físicas leves; (4) Consuma alimentos bem cozidos e bem higienizados; (5) Tome os medicamentos prescritos pelo seu médico e fique atento aos efeitos colaterais, comunicando a equipe em caso de persistência de algum sintoma; (6) Em caso de febre, procure o pronto-socorro imediatamente. (7) Você pode pintar as unhas, mas evite remover as cutículas. (8) Evite permanecer em locais fechados com muitas pessoas; (9) Caso você tenha animais domésticos, tenha cuidado para não sofrer arranhões ou mordeduras;
9Meus cabelos vão cair durante o tratamento com quimioterapia?
Nem toda quimioterapia causa queda dos cabelos (alopecia). Portanto, seu médico deverá orientá-lo se esse é um efeito colateral esperado no seu tratamento.
10O que é radioterapia?
A radioterapia utiliza a radiação ionizante para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas. É um tratamento local, cuidadosamente planejado de modo que a área do tumor receba a dose de radiação programada e buscando o menor dano possível aos tecidos vizinhos saudáveis. Geralmente ela é administrada sob a forma de frações diárias por dias ou semanas, podendo ser combinada com outras modalidades de tratamento, como quimioterapia e cirurgia. Importante lembrar que, quanto aos efeitos colaterais da radioterapia, eles dependem da área do corpo irradiado.
11O que é hormonioterapia?
A hormonioterapia consiste na utilização de medicamentos (comprimidos ou injeções) para bloquear a ação de determinados hormônios no corpo e impedir que eles estimulem as células do câncer a crescer. É muito utilizado nos cânceres de mama e próstata e pode ser associada a outras modalidades de tratamento, como a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia, por exemplo
12O que é imunoterapia?
Trata-se de medicamentos que alteram o sistema imunológico do corpo para combater o câncer. Sabe-se que as células do câncer utilizam mecanismos para “driblar” o sistema imunológico, dificultando o trabalho de reconhecê-las e destruí-las. Os medicamentos imunoterápicos, através de diversos mecanismos, reativam o sistema imunológico para reconhecer e destruir as células cancerígenas.
13O que é terapia-alvo?
A terapia-alvo consiste em medicamentos administrados por via endovenosa ou oral que atuam em alvos celulares bem específicos. Surgiu da identificação de proteínas presentes nas células tumorais que regulam funções essenciais, como crescimento celular. Embora o tratamento do câncer esteja em avanço constante, apenas alguns tipos de câncer são tratados com essas drogas e muitas vezes, faz-se tratamento combinado com quimioterapia. São exemplos de terapia-alvo: trastuzumab; rituximab; bevacizumab; cetuximab; imatinib; erlotinib; e pazopanib, entre outros.
14Como saber se meu câncer é hereditário?
A maioria dos casos de câncer são esporádicos, isto é, não estão relacionados a nenhuma síndrome hereditária. As síndromes de predisposição hereditária ao câncer estão diretamente relacionadas à ocorrência de 5 a 10% de todos os casos da doença e algumas características são indicativas de hereditariedade, como: múltiplos casos de câncer em familiares próximos, tumores em idades atípicas ou múltiplos primários em um mesmo indivíduo. Pacientes assim devem buscar aconselhamento genético e uma ampla avaliação (sua e de sua família), além do teste genético para confirmação do diagnóstico clínico, quando indicado
15O que é pesquisa clínica e como faço para participar?
A pesquisa clínica é um processo de investigação de novos medicamentos ou tratamentos contra o câncer, realizada sob rígidas regras éticas e científicas. O Oncocentro conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa – IEP, criado para apoiar e coordenar pesquisas realizadas na instituição. Converse com o seu médico oncologista para se informar se há algum protocolo de pesquisa em andamento para seu tipo de tratamento.
16O câncer é contagioso?
Não, nenhum tipo de câncer em si é contagioso. Entretanto, há doenças infecciosas que podem elevar o risco de câncer e algumas delas são transmitidas através do contato com líquidos corpóreos, como secreções vaginais, sêmen e sangue, como o vírus HPV e o vírus da hepatite B.
17O câncer pode aparecer em qualquer parte do corpo?
Em princípio sim, o câncer atinge vários órgãos. Os mais comuns são encontrados na bexiga, mama, ovário, pulmão, cólon e reto, esôfago, estômago, endométrio (útero), rim, sangue (leucemia), pele, sistema linfático (melanoma), pâncreas (linfomas), próstata, tireoide, retina (do olho), ossos e cérebro. No Brasil, as estimativas indicam maior incidência de câncer de pele não melanoma, próstata, mama, colorretal e pulmão.
18O laurel sulfato de sódio, presente em cosméticos e produtos de higiene, é cancerígeno?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um parecer técnico afirmando que não foi encontrada, até a presente hoje, nenhuma publicação sugerindo que o laurel sulfato de sódio fosse dotado de atividade carcinogênica. Esta substância química é utilizada em vários cosméticos e produtos de higiene pessoal como xampus, removedores de maquiagem, pasta de dentes, sais de banho e géis. Quer saber ainda mais? Acesse o link do parecer técnico da Anvisa sobre o tema: http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/informa/parecer_lauril.htm
19É seguro fazer as chamadas escovas progressivas, que contém formol?
O formol (ou formaldeído) é extremamente prejudicial à #saúde humana, mesmo em pequenas concentrações. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não existem níveis seguros de exposição à substância, considerada cancerígena pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc), desde junho de 2004. O que muita gente não sabe, é que o formol está presente em diversos produtos comuns no dia-a-dia das pessoas, sendo encontrado, por exemplo, em alguns #xampus, cremes para cabelo, desodorantes aerossóis, #maquiagens, carpetes, tintas e vernizes, roupas, tecidos, desinfetantes e muito mais. Para evitar os efeitos maléficos do formol no organismo, mantenha sua casa sempre bem ventilada, com as janelas abertas, e diminua a umidade do ar por meio de aparelhos de ar condicionado e desumidificadores.
20O que é preciso fazer para ser voluntário no cadastro de doação de medula óssea?
Para se cadastrar como doador voluntário, basta ter entre 18 e 55 anos, ter boa saúde e procurar o hemocentro mais próximo de sua residência. Se quiser ser cadastrado como candidato a doador, será feita a coleta de uma amostra de sangue (5 a 10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados são inseridos no cadastro Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Em casos afirmativos, o candidato cadastrado é consultado sobre sua decisão quanto à continuidade dos procedimentos do transplante.
21Cisto no ovário pode virar câncer?
Cistos são, por definição, alterações de natureza benigna e, assim sendo, não são passíveis de transformação maligna. Entretanto, é necessário advertir que, em alguns casos, os tumores malignos dos ovários podem se apresentar nos exames de imagem (ultrassom, tomografia, etc.) com aspecto de cistos, sendo, nessa circunstância, cistos de natureza complexa, heterogêneos e com componentes mistos, isto é, tanto sólidos quanto líquidos.
22O paciente pode fazer higiene oral durante o tratamento do câncer?
Claro! É de suma importância que o paciente faça a higiene oral após todas as refeições, mesmo durante a quimioterapia e a radioterapia.
23Quais os fatores de risco mais comuns associados ao câncer de ovário?
Alguns fatores de risco para tumores de ovário estão relacionados ao estímulo estrogênico durante longo prazo, como, por exemplo, nuliparidade (a mulher que não teve gestações), ou mesmo à idade avançada no nascimento do primeiro filho (acima de 35 anos). Também se enquadra nessa situação a terapia de reposição hormonal com estrogênio, a história familiar ou pessoal de câncer de ovário e/ou mama, assim como a presença de determinadas síndromes genéticas.
24Preciso mesmo fazer o teste genético?
Fazer ou não o teste indicado pelo médico é uma decisão do paciente. Para aqueles que não querem ou não podem (por motivos financeiros, por exemplo) fazer o teste, medidas adequadas de acompanhamento devem ser discutidas individualmente.
25Meu câncer é hereditário?
As síndromes de predisposição hereditária ao câncer estão diretamente relacionadas à ocorrência de 5 a 10% de todos os casos da doença. Algumas características são indicativas de hereditariedade, como: múltiplos casos de câncer em familiares próximos, tumores em idades atípicas ou múltiplos primários em um mesmo indivíduo são indícios e, pacientes assim devem buscar aconselhamento genético e uma ampla avaliação (sua e de sua família) ou teste genético para confirmação do diagnóstico clínico, quando indicado.
26Como funciona um teste genético para o cancer?
O teste é simples, feito em uma amostra de sangue periférico, e o resultado sai em 4 a 6 semanas. O acesso a esses exames pelos planos de saúde suplementar tem aumentado significativamente, mas ainda continua restrito para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A identificação da mutação pelo teste genético permite a adoção de medidas de prevenção de alguns cânceres bem como o diagnóstico precoce através do monitoramento direcionado aos tumores que compõem a síndrome diagnosticada. Na dúvida, pergunte ao médico de sua confiança.
27Já decidi retirar minhas mamas, preciso ainda assim fazer o teste genético?
Sim. O teste possibilita o diagnóstico de uma síndrome de predisposição a vários tipos de tumor, não somente o de mama. Assim, embora a mastectomia redutora de risco seja uma das medidas propostas para prevenção do Câncer de Mama, a conduta em relação aos demais tumores que compõem a síndrome só será melhor determinada com o resultado do teste.

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